JUSTIÇA NEGA PEDIDOS DA MULTICLICK PARA EVITAR BLOQUEIO DE BENS
A Multiclick Brasil
Publicidade,investigada por suspeita de ser uma pirâmide financeira,
teve negado pela Justiça ao menos dois pedidos ingressados por seus
advogados para evitar que seus bens e contas bancárias e atividades
sejam bloqueadas a pedido do Ministéro Público, a exemplo do que
aconteceu com empresas como Telexfree, BBom e Priples.
A empresa apresentou o pedido à Justiça Federal de Santa Catarina e ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN).
Um mandado de segurança semelhante
ingressado pela empresa também foi negado pelo Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Norte em julgamento realizado no dia 5 de agosto. Lá o
processo também foi extinto.
O G1 não conseguiu localizar até o horário da publicação desta reportagem os advogados ou representantes da Multiclick.
A empresa é uma das diversas empresas
investigadas no país por suspeita de formação de pirâmide financeirpela
força-tarefa criada pelos ministérios públicos estaduais e federais. Um
inquérito civil foi aberto no MP do RN em julho.
Em sua página na internet, a Multiclick
se anuncia como uma empresa de compartilhamento de anúncios
publicitários via internet e também com produtos físicos, e afirma atuar
por meio do marketing multinível, sistema em que os revendedores são
premiados pelas vendas de outros associados que atraem para a rede.
"A empresa trabalha com publicidade, no
sistema de MMN (Marketing Multi Nível) e também com produtos físicos.
Ex.: tablets, agendas, pen drive, livros, etc. Portanto a
sustentabilidade do negócio se baseia nas vendas de serviços e
produtos", anuncia.
A Multiclick informa estar no mercado
desde novembro de 2012. No vídeo mais recente publicado pela empresa, o
presidente Wagner Alves pede que os associados "fiquem tranquilos" e diz
que a empresa é "séria" e que o negócio "tem sustentabilidade". No
vídeo, ele anuncia planos de abertura de loja física e convida os
associados a participarem da conferência do grupo que acontece desta
sexta (9) até domingo (11) em Balneário Camboriú, incluindo palestra do
médico Lair Ribeiro, além de show de humor do comendiante Matheus Ceará,
apresentação da cantora Gilmelândia e do apresentador Luiz Ricardo.
Pela legislação brasileira, a prática de
pirâmide financeira se configura crime contra a economia popular. A lei
n° 1.521, de 26 de dezembro de 1951, estabelece pena de 6 meses a 2
anos de prisão, além de multa, para o crime de "obter ou tentar obter
ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de
pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos ("bola de neve",
"cadeias", "pichardismo" e quaisquer outros equivalentes)".
Os Ministérios Públicos Federal e
Estaduais tem trabalhado em parceria com ações visando o bloqueio dos
bens das empresas com indícios de pirâmide com o objetivo de evitar
futuras quebras e possibilitar um futuro ressarcimento.
"Este tipo de esquema é coisa antiga.
Mas com as redes sociais ganhou um fermento potencial inimaginável.
Hoje, estas empresas crescem de maneira rápida demais e aprendemos que
quanto antes se consegue intervir e bloquear menor o prejuizo para as
vítimas", diz o procurador da República em Goiás Helio Telho. "A
pirâmide tem vida curta. E quem está do meio para baixo toma prejuízo
sempre. E é sempre a maioria. As pessoas ficam na expectativa que vão
chegar no topo e o encantamento com a possibilidade de mudar de vida
acaba muitas vezes afetando até mesmo o senso crítico", afirmou em
entrevista ao G1 o promotor de Goiás Murilo de Moraes e
Miranda, presidente da Associação Nacional do Ministério Público do
Consumidor (MPCON) e que participa da força-tarefa que investiga
pirâmides no país.
Embora os golpes financeiros do tipo
pirâmide tendam sempre a se sofisticar, há características comuns que
podem ajudar a identificá-los.
Fonte: G1
JUSTIÇA NEGA PEDIDOS DA MULTICLICK PARA EVITAR BLOQUEIO DE BENS
Reviewed by Erivan Justino
on
sábado, agosto 10, 2013
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