BOMBA: MILITANTE DO PT DE SANTA CRUZ ACUSA DIRETÓRIO MUNICIPAL DE PERSEGUIÇÃO...
Confira a CARTA resposta que Marcos Antônio da Silva(foto) enviou à executiva municipal do PT/Santa Cruz
À EXECUTIVA
MUNICIPAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES
Inicio
minhas breves palavras dizendo da alegria de ter integrado os quadros do maior
partido de esquerda da America Latina, de ter feito parte como membro filiado
do partido que vem transformando o nosso querido Brasil. É inegável os avanços
alcançados desde a chegada do PT ao poder, sabemos das dificuldades que
enfrentou o LULA e agora a DILMA para manter a tal da
governabilidade, muitas vezes tendo que se curvar a partidos que sempre
desconstruíram o país, partidos neoliberais e de caráter fascistas.
Tenho
orgulho de ter contribuído diretamente seja como simpatizante, seja como
filiado do partido nas campanhas municipais de 2004 e 2008, defendendo um
programa sólido de governo, tendo à frente o Dr. Petrônio Spinelli, não tenho
dúvidas de que se tivéssemos alcançado êxito nesses processos eleitorais, nosso
município teria avançado significadamente, foi por opção de classe e ideologia
que fui às ruas levar a mensagem de uma campanha promissora. Em nenhum momento fugi
do debate, mesmo sabendo das perseguições que sofreria, uma vez que ainda
vivemos em um município onde a política coronelista impera, estava ali por convicção
e, nada nem ninguém iria me fazer recuar.
Tive
o prazer de participar efetivamente dos debates internos do partido, de suas
instâncias, sempre pautando minha atuação no campo ideológico, concordando ou
discordando dos companheiros (as) com argumentos reais, abolindo qualquer tipo
de paixão, pois sempre entendi que política se faz com razão e não com emoção. Tive
a satisfação de compor o grupo que planejou e executou a campanha que culminou
na maior vitória de um candidato a vereador do partido em nosso município. Digo
ainda que muitos de nós dedicamos nossas vidas à construção do PT, mas
infelizmente não conseguimos multiplicar nossas opiniões e convencer a maioria
de que era preciso corrigir o rumo, sair do pragmatismo e construir novas
estratégias de atuação, sempre defendi no partido uma formação de base, para
que os militantes pudessem discutir política com convicção e não com achismos,
que os encontros fossem mais dinâmicos, fugindo do modelo tradicional cansativo
e inoperante.
Sobre
a defesa que fiz para a construção da aliança com o então gestor do município para
o pleito de 2012, afirmo ter sido feita pautada na convicção de que era o
melhor para o partido e penso que os resultados nas urnas comprovam que
estávamos certos, era claro e notório que não tínhamos a menor chance de irmos
para a disputa majoritária, uma vez que o partido encontrava-se esfacelado por INCOMPETÊNCIA de seus diretores, que
não conseguiram unir a base, nem solidificar um nome consistente para a disputa,
transformando-se assim na pior gestão que o diretório municipal já teve. Quero
dizer que no primeiro momento achei estranha a proposta da aliança e fui
convencido pelos companheiros que esse era o caminho, pois precisávamos pensar
no futuro do partido, era a chance que teríamos para aumentar a bancada no
legislativo, termos o vice-prefeito, sendo esse o nome para a disputa do pleito
seguinte, de ocuparmos espaços estratégicos no executivo e assim executar o
modelo de gestão do PT.
Outro ponto fundamental para o convencimento era de que
a divisão enfraquecia tanto a candidatura do então gestor, como a do PT e só
favorecia a candidatura tida como de OPOSIÇÃO, ou seja, a aliança passou a ser
o caminho se não o desejado, o mais viável. É bom lembrar que a opção de aliança
não foi levada por mim ao partido, a Executiva do partido teve várias conversas
com o então gestor do município, sem que a militância fosse ouvida, lembro
ainda que nas diversas reuniões das quais participei para debater o tema, a
grande maioria da Executiva era favorável à aliança, ficando sempre contrário à
mesma, o então vereador do partido e seus seguidores, é tão verdade que saímos
de uma reunião na casa do presidente do partido, dando a aliança como certa, o
que nós não sabíamos é que havia uma condicionante exigida pela Executiva para
que a aliança se concretizasse, “que fosse disponibilizado para o partido os
cargos da Secretaria de Educação e Saúde”. Como não houve acordo acerca desses
cargos, todos aqueles que antes eram favoráveis, passaram a ser contrários, o
que me leva a crer que, infelizmente, os companheiros estavam interessados
apenas nos cargos e não nas possíveis conquistas que o partido teria.
Ao saber
dessa condicionante, me posicionei contrário à ocupação desses cargos,
entendendo que seria muita pretensão achar que iríamos salvar o governo em apenas
seis meses de atuação e por entender ainda, que as conquistas eram futuras e
não imediatistas.
Assim,
continuei juntamente com diversos companheiros e companheiras, militantes
históricos, defendendo que a aliança era a saída para o partido, não recuamos
um só momento. Ninguém pode me acusar que fui para o embate com picuinhas, sem
argumentos. Por diversas vezes expus através de números que seria suicídio irmos
para a disputa. Agora pergunto: AS URNAS
FALAM POR SI? A QUEM INTERESSAVA COLOCAR O PARTIDO COMO PALADINO DA JUSTICA?
QUAL O GANHO MORAL QUE O PARTIDO TEVE COM ESSA MEDIDA IRRESPONSÁVEL? O QUE
DIZER DA CONCESSÃO FEITA EM NÍVEL NACIONAL COM O INDUSTRIAL E CAPITALISTA,
chamado JOSÉ ALENCAR?
Ora,
senhores, não sejamos hipócritas assim como não chegaríamos ao poder em nível nacional
sem as alianças. Na esfera municipal não seria diferente, se perguntarmos aos 1.300 (mil e trezentos) eleitores que
votaram no PT, 90% dirão que a aliança era o caminho, se perguntarmos aos quase
9.000 (nove mil) eleitores da
candidatura do Sr. Péricles Rocha, 100% dirão que era o caminho, se
perguntarmos aos quase 12.000 (doze mil)
eleitores da candidata vitoriosa, 100% dirão que não queriam a aliança, pois
entendiam que era um fator preponderante para uma possível derrota, não temos
como brigar com os números, eles estão postos e dizem quem estava com a razão.
Impreterivelmente entendo que esses questionamentos, assim como o resultado das
urnas devem ser avaliados e não mais para minha surpresa, o (a)s senhores (as) no
auge de suas incompetências ainda não os fez, o que me faz crer que estão
brincando de fazer política. De que moral e ética estamos falando, se o partido
procurou o Sr. Iberê Ferreira de Souza para formar aliança para a disputa do
pleito de 2008? A hipocrisia não faz parte do meu vocabulário político e
pessoal, confesso que foi um processo desgastante, porém necessário, até porque
não entrei no partido para ser lagartixa, entrei para questionar e ser
questionado.
Tenho
plena ciência de que descumpri o estatuto do partido, sendo assim, passível da
punição nele contida, todavia o ato de vossas senhorias de raivosamente querer
me punir, parece uma perseguição política. Sabemos que foram vários que
contrariaram a determinação do partido e apenas alguns receberam a notificação,
o(a)s senhores (as) que hoje estão empunhando a espada da justiça, esquecem que
na campanha de 2010 descumpriram o mesmo estatuto, contrariando as normas do
partido, quando fizeram campanha declaradamente para o Sr. Carlos Eduardo e
nada aconteceu por esse ato, ninguém sofreu nenhuma advertência. Por que essa
proteção? A quem interessa abrir esse processo às vésperas do PED? Seria isso
mais um golpe? É lamentável que estejamos vivenciando no partido dois pesos e
duas medidas, onde um grupo é extremamente protegido e outro extremamente
condenado, pregado como Cristo.
Afirmo
que por ser um sujeito político por natureza, senti-me na obrigação de contribuir
com o processo político, mesmo indo de encontro às normas do partido, não
poderia ficar de braços cruzados e me omitir da discussão política na majoritária,
principalmente reconhecendo que na então gestão houve modestos avanços sociais
que deveriam ser explorados. Na proporcional fiz questão de participar da
candidatura contrária à do partido, simplesmente por não querer contribuir com
aquele que traiu sua base, entendendo que o mesmo deixou sua atuação entre as
quatro paredes do legislativo pautar seu mandato, passando a não mais executar
politicamente os sonhos que haveria sonhado conosco ao longo da bela trajetória
que juntos construímos.
Assim
sendo, reafirmo que faria tudo de novo e não me arrependo de absolutamente nada.
Às vezes, é melhor fazer o que achamos certo, do que seguir velhas regras. Nada
mais tendo a declarar, digo que não abro mão de votar e fazer campanha para os
candidatos do partido em nível estadual e federal, não abro mão de reconhecer
os avanços para nosso Estado, conseguidos a partir dos mandatos da Deputada Federal
Fátima Bezerra e do Deputado
Estadual Fernando Mineiro, não abro
mão de reconhecer os ganhos para a nação através dos mandatos do LULA e da
DILMA, não abro mão de reconhecer a luta de militantes históricos na construção
desse partido, o(a) senhores (as) terão de mim todo respeito e admiração, assim
como os PARASITAS e FASCISTAS que estão infiltrados no partido têm meu repúdio.
Por tudo isso citado, digo que saio do partido de cabeça erguida, com
sentimento de dever cumprido, saindo no máximo como DESERTOR e não como
MENTIROSO ou COVARDE. Aproveito para pedir humildemente que os INCOMPETENTES
cumpram o Estatuto e me EXPULSEM.
Santa Cruz/RN, 19
de agosto de 2013
Cordialmente,
Marcos Antônio da Silva
Militante Atuante
BOMBA: MILITANTE DO PT DE SANTA CRUZ ACUSA DIRETÓRIO MUNICIPAL DE PERSEGUIÇÃO...
Reviewed by Erivan Justino
on
segunda-feira, agosto 19, 2013
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