CORTE DAS ALÍQUOTAS DE IMPORTAÇÃO DO MERCOSUL PELO BRASIL DIVIDE OPINIÕES NO RN


A possibilidade, noticiada nesta terça-feira, 22, pelo jornal Valor Econômico, de um corte unilateral das alíquotas de importação do Mercosul por parte do governo brasileiro de 13,6% para 6,4% sobre produtos industriais, na média, em quatro anos, foi recebida com um misto de surpresa, curiosidade e preocupação por empresários de Natal.
Para se ter uma ideia melhor do impacto dessa redução unilateral, a queda de tarifas para calçados, por exemplo, seria de 31,8% para 12%; equipamentos médico-hospitalares de 11,2% para 3,8%; móveis de 17,6% para 8,8%; produtos plásticos de 10,8% para 4,8%; siderúrgicos de 10,4% para 3,7; máquinas, material e aparelhos elétricos de 12% para 4,2%.
Em Xangai, na China, ouvido por telefone pelo Agora RN, o importador Atila Feitosa disse que, embora ótima para os consumidores brasileiros, que não têm acesso a produtos de qualidade a preços mais baixos, a intenção do governo brasileiro se constitui num problema para a união aduaneira dos países do Mercosul.
“Por mim nada disso nem deveria existir, a exemplo do que acontece na União Europeia onde quem tem o melhor preço vende. No Brasil, pagamos os impostos mais altos do mundo e aqui mesmo na China a gente vê como é difícil negociar com nossas salgadas tarifas de importação. Sinceramente, estou pagando para ver”, diz Feitosa.
O presidente do Clube de Diretores Lojistas de Natal, Augusto Vaz, diz que, embora muito boa para os consumidores, é uma medida a ser implementada mais a longo prazo pelo impacto que terá sobre a indústria e o comercio nacionais.
“De repente vamos estar diretamente concorrendo com potências da escala como a China e o Brasil ainda não tem competitividade para tanto, embora caminhe rapidamente para isso”, comenta Vaz.
Hoje, há mais de 9 mil categorias de produtos com tarifas de importação para os países do Mercosul fixadas pela Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. Elas variam de 0% (caso de livros) a 35% (alguns tipos de automóveis, de roupas, calçados e brinquedos, por exemplo). Dentre os produtos com taxas altas também estão barras de chocolate (com tarifa de 20%), queijos (de 16% a 28%) e produtos de beleza (tarifa de 18%, em geral).

A média das tarifas comuns do Mercosul fica em 14%. Membros do governo brasileiro consideram que essa média é alta, excessivamente protecionista e provoca o isolamento comercial do bloco.
De acordo com o jornal Valor Econômico, o clima atual do Mercosul é favorável à redução da Tarifa Externa Comum. Em dezembro do ano passado, por exemplo, o bloco entrou em um acordo para diminuir de 10% para 2% as tarifas de certos insumos químicos usados por indústrias do bloco.

DESTAQUES

13,6%
é a alíquota atual de importação do Mercosul por parte do governo brasileiro, que pode cair para 6,4%

9 mil
é a quantidade de produtos com tarifas de exportação para os países do Mercosul fixadas pela TEF
CORTE DAS ALÍQUOTAS DE IMPORTAÇÃO DO MERCOSUL PELO BRASIL DIVIDE OPINIÕES NO RN CORTE DAS ALÍQUOTAS DE IMPORTAÇÃO DO MERCOSUL PELO BRASIL DIVIDE OPINIÕES NO RN Reviewed by Erivan Justino on quarta-feira, outubro 23, 2019 Rating: 5

Nenhum comentário:

Seu comentário passará por uma avaliação...