NO RECIFE, DIVULGADORES DA TELEXFREE PROTESTAM PELO DESBLOQUEIO DA EMPRESA
Pedindo
a suspensão da liminar concedida pela Justiça do Acre em junho deste
ano que impede as atividades da Ympactus Comercial Ltda. ME, conhecida
pelo nome fantasia Telexfree, e a regulamentação do 'marketing
multinivel', divulgadores promoveram uma carreata, na Zona Sul do
Recife, no começo da tarde desta segunda-feira (5), complicando o
trânsito na Avenida Mascarenha de Morais. A empresa é suspeita de prática de pirâmide financeira,
com "investimentos" estimulados por meio de um sistema chamado de
"marketing multinível", sendo investigada em ao menos sete estados.
A
carreta saiu por volta das 14h40, deixando apenas uma das quatro faixas
da avenida liberadas para o trânsito de veículos. Motos e carros
seguiram buzinando, com cartazes do lado de fora, gritando palavras de
ordem, como 'pelo direito do marketing multinível' e 'libera a
Telexfree'. De acordo com os organizadores, o ato se repete em outras
cidades do Brasil. Na altura do Viaduto Tancredo Neves, que liga a
Avenida Recife ao bairro de Boa Viagem, o grupo fez uma parada por cerca
de dez minutos, complicado ainda mais o trânsito.
Vladimir Cabral é divulgador em PE e se queixa de estar sem trabalhar há um mês |
A
concentração começou ao meio-dia, em frente ao Ginásio de Esportes
Geraldo Magalhães, o Geraldão, na Avenida Mascarenha de Morais. Com
cartazes e faixas, o grupo pedia o desbloqueio das contas da empresa.
"Estamos há mais de um mês sem poder trabalhar e, até hoje, não foi
provado nada, apenas há indícios. Nós estamos deixando de trabalhar, tem
muitos pais de família aqui. O que fazemos é um marketing diferente
daquele tradicional, mas é trabalho também. Tem gente que viaja, deixa
família", afirma o divulgador Vlademir Cabral.
Segundo
as investigações, a Telexfree teria montado um esquema de pirâmide, em
que cada novo membro compra um "pacote" que remunera os membros acima na
cadeia. Esse novo membro, por sua vez, ganha dinheiro recrutando outras
pessoas para o sistema. Na
última quarta-feira (31), a ação principal movida na Justiça do Acre
passou a correr em segredo de Justiça após decisão do desembargador
Samoel Evangelista.
Estando
há pouco mais de um ano como divulgador da Telexfree, Givanildo Alves
diz não acreditar em esquema de pirâmide. "Eu trabalho comprando pacotes
VoIP e revendendo. Eles [Ministério Público do Acre] disseram que uma
hora a empresa vai cair, vai quebrar. Eu acredito que a empresa exista a
longo prazo, ela é auto-sustentável. Durante todo esse período, não foi
provado nada", reitera Alves.
Tendo
investido cerca de R$ 3 mil há um ano, Vlademir Cabral alega ter cerca
de R$ 100 mil a receber da empresa. "O Ministério Público diz ser a
favor das pessoas, mas ninguém nunca veio me perguntar se eu estava
satisfeito. Eu estou satisfeito, nunca deixei de receber, só depois da
liminar é que não estou recebendo", aponta o divulgador.
Apesar
de ter como foco principal o pedido de suspensão da liminar, o grupo
defende ainda a regulamentação do chamado marketing multinível,
incluindo assim também outras empresas investigadas com suspeita de
pirâmide financeira. "O que nós fazemos é marketing, mas um marketing
diferente. É um trabalho como qualquer outro, nós acreditamos que
podemos ganhar mais dinheiro assim e investimos nisso", defende Cabral.
NO RECIFE, DIVULGADORES DA TELEXFREE PROTESTAM PELO DESBLOQUEIO DA EMPRESA
Reviewed by Erivan Justino
on
terça-feira, agosto 06, 2013
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