BANCO CENTRAL MANTÉM JUROS BÁSICOS NO MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA

Pela décima vez seguida, o Banco Central (BC) não
alterou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política
Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 6,5% ao ano. A decisão era esperada
pelos analistas financeiros.
Com a decisão de
hoje (19), a Selic continua no menor nível desde o início da série histórica do
Banco Central, em 1986. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida
em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano
em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos
da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018.
Em comunicado, o Copom informou que está monitorando a economia
brasileira. A nota dz que o Banco Central só deve voltar a reduzir os juros
após o avanço ou a aprovação de reformas que reduzam os gastos públicos, como a
da Previdência. “O comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da
agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes.
Em particular, o comitê julga que avanços concretos nessa agenda são
fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva”,
destacou.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob
controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Em maio, o indicador fechou em 4,66% no acumulado de
12 meses. Depois de vários meses de alta no início do ano, o índice desacelerou
em maio, atingindo o menor resultado para o mês
desde 2006.
Para 2019, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de
inflação de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA,
portanto, não poderá superar 5,75% neste ano nem ficar abaixo de 2,75%. A meta
para 2020 foi fixada em 4%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto
percentual.
INFLAÇÃO
No Relatório de Inflação divulgado
no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o
IPCA encerrará 2019 em 3,9% e
continuará baixo até 2021. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras
divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,84%.
CRÉDITO MAIS BARATO
A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores
barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa
atividade econômica. No último Relatório de Inflação,
o BC projetava expansão da economia de 2% para este ano.
Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos
preveem crescimento de 0,93% do
Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em
2019.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as
demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central
segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o
Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o
controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar
segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
BANCO CENTRAL MANTÉM JUROS BÁSICOS NO MENOR NÍVEL DA HISTÓRIA
Reviewed by Erivan Justino
on
sexta-feira, junho 21, 2019
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