SERVIDORES DO PARAGUAI SÃO INVESTIGADOS NO CASO RONALDINHO


Investigadores da Secretaria Nacional Anticorrupção do Paraguai foram designados para apurar a eventual participação de dirigentes e servidores do Ministério do Interior do país na concessão de documentos adulterados para o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho; seu irmão e empresário, Roberto de Assis Moreira; e para o empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira, representante de Ronaldinho no país vizinho.
Em nota, o ministério informou que a equipe já está “instalada” e vai “indagar” os servidores sobre tudo que possa estar relacionado ao caso. O Departamento Geral de Migrações, do Ministério do Interior, e o Departamento de Identificações da Polícia Nacional paraguaia também serão alvo da investigação, inicialmente prevista para durar 60 dias.
“Abrimos as portas [do ministério] convencidos de que o trabalho vai ser minucioso, sustentável e com resultados que, acreditamos, renovará o que queremos há muito tempo, ou seja, a institucionalidade por meio da transparência”, declarou o ministro Euclides Acevedo.
A medida foi anunciada no mesmo dia em que o presidente do Paraguai, Mário Abdo Benitez, afirmou a jornalistas paraguaios que ordenou a Acevedo que os fatos sejam investigados “a fundo”.
Prisão domiciliar
Nesta terça (10), o juiz Gustavo Amarilla negou o pedido da defesa para que Ronaldinho e Assis fossem transferidos para domiciliar, que seria cumprida no próprio Paraguai, em uma residência indicada pela própria defesa. Segundo o jornal ABC Color, os brasileiros não comprovaram possuir um imóvel no país que sirva como garantia da fiança. Além disso, há o risco de os dois deixarem o Paraguai antes da conclusão da investigação dos fatos, que pode durar até seis meses.
Já o Ministério Público determinou a prisão de três funcionários públicos citados na investigação. José Gustavo Molinas, Shirley Delvalle e Rosa Carolina Miranda trabalham no Departamento Nacional de Aeronáutica Civil (Dinac) e no Departamento Geral de Migrações. Os promotores também solicitaram a prisão preventiva da empresária Dalia Angélica López Troche, suspeita de integrar uma “organização criminal estruturada para facilitar a elaboração e a utilização de documentos de identidade e passaportes com conteúdo falso, com a participação de servidores públicos e empregados de empresas privadas”. De acordo com o MP, o esquema seria usado para permitir aos envolvidos obter vantagens “gerando negócios jurídicos e benefícios patrimoniais”.
Foi Dalia quem, segundo o MP, obteve os passaportes e as cédulas de identidade que a Polícia Nacional originalmente expediu para María Isabel Gayoso e para Esperanza Apolonia Caballero Coronil, e que, posteriormente foram adulterados com a inclusão dos nomes de Ronaldinho e de seu irmão, apresentados como cidadãos naturalizados paraguaios. María Isabel e Esperanza Apolonia também foram detidas e são alvo da investigação. Ronaldinho e o irmão afirmam que os documentos lhes foram oferecidos, sem explicar o porque. Já a defesa de Dalia, que está foragida, afirma que os brasileiros sabiam que os passaportes e as cédulas de identidade estavam sendo confeccionados em seus nomes.
SERVIDORES DO PARAGUAI SÃO INVESTIGADOS NO CASO RONALDINHO SERVIDORES DO PARAGUAI SÃO INVESTIGADOS NO CASO RONALDINHO Reviewed by Erivan Justino on quarta-feira, março 11, 2020 Rating: 5

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