GOVERNADOR PREGA PACTUAÇÃO PARA SUPERAR CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA
Em entrevista ao programa “Jornal da Noite”,
na 95 FM, na noite desta segunda-feira (31), o governador Robinson Faria
analisou as mais recentes medidas adotadas para superar o momento de crise por
qual passa o Brasil, com reflexo no Rio Grande do Norte, a pactuação com os
poderes para equacionar, por exemplo, o pagamento do funcionalismo público, e o
investimento em áreas como segurança e saúde, e o estágio de ações nas mais
diferentes áreas como infraestrutura, saneamento básico, recursos hídricos e
turismo.
Sobre o pagamento dos servidores, Robinson
Faria lembrou que apesar do escalonamento, 90% da folha foi totalmente quitada
no dia 10 de outubro, sendo concluído no sábado (29) pagamento dos maiores
salários de ativos e pensionistas. O governador lembrou que a dificuldade em
pagar os salários é decorrente das constantes e sucessivas quedas dos repasses
do Fundo de Participação dos Estados, uma transferência direta do governo
federal às federações.
Robinson afirmou que a saída para superar a
crise é uma grande união entre os poderes e a bancada federal em Brasília, e
citou a dificuldade de liberação de recursos por parte do governo federal para
superar o momento financeiro atual. “A bancada federal tem que ser mais atuante
para defender os governadores do Nordeste. Disse isso durante a reunião que
definiu as emendas parlamentares na semana retrasada. A bancada do Nordeste se
sente um pouco isolada em Brasília por não ter o apoio do governo federal. Até
agora, não tivemos nenhum pedido atendido, enquanto o Sul e o Sudeste, que
correspondem a 91% da dívida dos estados brasileiros com a união, foram
atendidos. Nos sentimos desprestigiados e injustiçados”, declarou o governador,
lembrando das oito reuniões que participou na capital federal, dentre elas uma
com o presidente Michel Temer e duas privadas com o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles. Delas, apenas os pedidos para cessão dos militares durante
a rebelião dos presídios e de membros da Força Nacional foram atendidos.
Na entrevista, Robinson Faria também falou
sobre os recentes diálogos com o Tribunal de Justiça, Ministério Público,
Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas do Estado para contornar o momento
de dificuldade financeira. Na semana passada, uma reunião com os Poderes
resultou na formação de uma comissão que avaliou medidas emergenciais. A
primeira reunião do grupo formado será nesta terça-feira (1º), ocasião que
deverão se apresentadas alternativas dos órgãos para superar a crise.
“Toda ajuda é bem-vinda. Existe a possibilidade
da doação de R$ 100 milhões do Tribunal de Justiça para investirmos em
segurança e saúde, dois dos principais clamores da população. A decisão deverá
ser tomada em comum pelo colegiado do TJ, e quero fazer um apelo aos
desembargadores que se sensibilizem. O Rio Grande do Norte é formado não apenas
pelo Governo, mas pelo Judiciário, pelo Ministério Público, pela Assembleia
Legislativa, pelo Tribunal de Contas. Todos estamos trabalhando pelo estado. É
a hora da união”.
Abaixo, estão listados os principais assuntos
tratados pelo governador na entrevista.
Empréstimo do Tribunal de Justiça para construção do presídio
“O empréstimo só foi autorizado e assinado
cerca de 30 dias atrás. O estado só pode licitar após a assinatura. O projeto
já existe e é exatamente igual ao presídio de Ceará-Mirim. O presídio será construído em Afonso Bezerra
e não há atraso na execução do projeto”.
Concurso público para a segurança
“O edital para o concurso sai esse ano, válido
para o ano que vem. Para a a PM serão 600 vagas, mas também teremos vagas para
a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e ITEP. Na PM, as vagas serão para
preenchimento das vagas decorrentes de aposentadorias, que é o que a lei
permite”.
Federalização da UERN e privatização da Caern
“Não pretendo privatizar a Caern. O que posso
fazer é buscar uma parceria público-privada (PPP) para fortalecer a Caern, mas
jamais perder a soberania do estado. Podemos fazer PPP para saneamento básico,
para ampliar serviços e dar mais qualidade, muito embora nosso governo esteja
fazendo a maior obra de saneamento da história de Natal sem parceria alguma.
Vamos deixar Natal 100% saneada. Enquanto eu for governador do estado, a Caern
será empresa de domínio do nosso governo”.
“Já a questão da UERN, de federalização, isso
não depende do nosso governo. Não cabe ao governador, e sim ao presidente
Michel Temer. Tem que partir da união. Da minha parte, nunca tratei de
privatizar nem de federalizar a UERN””.
Demissão de servidores
“O maior defensor do emprego do servidor do
Rio Grande do Norte sou eu. Toda minha luta, minha vida, tem sido para salvar o
emprego do servidor público. Poderia aproveitar a crise econômica e as brechas
que a lei oferece em razão do limite prudencial do estado, e seguindo a
recomendação do Ministério Público, e demitir servidores não-estáveis, mas a
luta é para salvar o estado sem demitir. Já saímos do limite legal que estava
em 52,66% e passamos para 48,39%. Não estamos mais no limite legal, mas ainda
acima do limite prudencial. Estamos lutando para aumentar a arrecadação do
estado. Fizemos o novo Proadi, modernizamos o Idema. Fechamos hoje mesmo com
uma empresa de call center que será instalada em Parnamirim e gerará 3 mil
empregos. Será aberta uma nova fábrica têxtil em Natal, que estava para ir para
Fortaleza, com 500 empregos diretos e 1.500 empregos indiretos. Criamos o
Escritório do Empreendedor, que reduziu de 200 dias para 24 horas o tempo
necessário para abrir uma empresa no nosso estado, e que foi copiado por São
Paulo e Minas Gerais. Tudo isso para evitar que o estado tenha que tomar
medidas drásticas e demitir servidores, que é o único não responsável pela crise”.
Calendário de pagamento
“O pagamento não depende apenas da arrecadação
do estado porque 50% da receita vem da União. Não somos um estado
industrializado. Temos cinco indústrias e não temos uma precisão de pagamento
definida porque dependemos dos repasses dos dias 10, 20 e 30, que compõem o
Fundo de Participação dos Estados. Existem as frustrações de receita. Não seria
responsável anunciar o pagamento de uma folha que não podemos cumprir. Agora,
temos condições de definir os critérios, o mais humano, solidário e justo possível.
Pagar primeiro os que ganham menos, atender aos inativos, aposentados e os que
ganham até R$ 3 mil. Vamos fazer o pagamento uniforme e escalonado, onde todos
recebam uma parte do salário”.
GOVERNADOR PREGA PACTUAÇÃO PARA SUPERAR CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA
Reviewed by Erivan Justino
on
terça-feira, novembro 01, 2016
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