UFRN REALIZA TESTES RÁPIDOS GRATUITOS PARA DETECÇÃO DE HEPATITES VIRAIS

 


As hepatites virais afetam cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, sendo a segunda maior causa de morte entre as doenças infecciosas depois da tuberculose. Por isso, em 2010, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o 28 de julho como o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. O Julho Amarelo, como ficou conhecido no Brasil desde 2019, é marcado aqui no estado por ações da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que, neste ano, está realizando testes rápidos para hepatites B e C em parceria com o Governo do RN, por meio da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).

A ação, que começou no dia 26 e encerra nesta quinta-feira, 29, atende a população em geral no Ambulatório de Hepatites, do  Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do Hospital Giselda Trigueiro, que funciona no prédio do Instituto de Medicina Tropical (IMT/UFRN). O trabalho, fruto de um projeto de extensão iniciado em 2014, é coordenado pelo médico Igor Thiago Queiroz, professor da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM/UFRN) e presidente da Sociedade Norte-Rio-Grandense de Infectologia.

Interessados devem comparecer ao ambulatório do IMT, localizado ao lado do Hospital Giselda Trigueiro, no bairro das Quintas, portando documento com foto e o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). A testagem acontece das 8h às 11h e das 13h às 15h.

Com uma procura que, em seu penúltimo dia, já ultrapassou as expectativas dos idealizadores, a ação se mostra importante também para identificar pacientes que não apresentem sintomas. É o caso, principalmente, das hepatites B e C, conforme explica Thiago Queiroz. “Quando não diagnosticada, mesmo nessa forma assintomática, a hepatite viral pode evoluir através dos anos para uma cirrose hepática ou para um câncer de fígado. Inclusive, os vírus da hepatite B e C são as maiores causas de transplante hepático por câncer de fígado no mundo inteiro”, alerta.

Hepatites Virais

Em 2020, foram confirmados 155 casos de hepatites virais no Rio Grande do Norte, uma redução de 33,5% em relação ao ano anterior. Um deles foi de hepatite A, 43 foram de hepatite B e 111 de hepatite C. Segundo o boletim epidemiológico publicado pela Sesap, até abril deste ano, foram notificados 31 casos  – 11 de hepatite B e 20 de hepatite C.

É preciso frisar, no entanto, que devido à sobrecarga dos sistemas de saúde em decorrência da pandemia da covid-19, foram interrompidas ações de testagem rápida de rotina, que representavam a maior parte das notificações da doença. O monitoramento do Sistema de Controle Logístico de Insumos Laboratoriais (Sisloglab) mostrou redução de 25% no número de testes rápidos realizados para hepatite B e C em 2020.

As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus, que provocam alterações no fígado, manifestando-se em sintomas muitas vezes inespecíficos: dor abdominal, náusea, vômito, dor de cabeça, má digestão, podendo os olhos ou a pele ficar amarelados. “É mais importante reconhecer os fatores de risco para adquirir a doença, porque uma vez que você passou pelo risco, você pode estar doente e não estar sabendo, mesmo que não tenha sintomas,” enfatiza Thiago Queiroz.

A hepatite A é transmitida por água e alimentos contaminados pelo vírus, estando diretamente relacionada a questões de higiene e saneamento básico. Os infectados por ela sempre apresentam sintomas e já existe vacina para preveni-la.

Já no caso das hepatites B e C, doenças com altas chances de proliferação e de permanecerem assintomáticas por mais tempo, seu risco está no contato sexual desprotegido e no compartilhamento de materiais perfurocortantes – seringa, alicate de unha, lâmina de barbear. Materiais cirúrgicos, de tatuagem, piercing e agulhas de acupuntura devem ser esterilizados para que não haja risco de contaminação. Também podem ser transmitidas da mãe para o filho durante a gestação, parto ou amamentação.

Tratamento

No Rio Grande do Norte, são três centros de referência no tratamento dessas doenças. O Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró, trata pacientes da região Oeste, enquanto o Hospital Giselda Trigueiro e o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN) recebem pacientes do estado inteiro. Os casos de hepatite A são acompanhados na atenção primária à saúde (APS). Ao todo, 176 pacientes estão em tratamento em todo o estado: 144 para hepatite B e 32 para hepatite C.

O tratamento contra a hepatite é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma vez diagnosticado e dependendo do status da sua doença, no caso da hepatite B, o paciente será apenas acompanhado por uma equipe médica ou serão receitados medicamentos para controlar a multiplicação viral. Com o diagnóstico para a hepatite C, cerca de 97% a 99% dos casos têm chances de cura por meio da medicação adequada.

Julho Amarelo

A ação faz parte do Julho Amarelo, campanha anual de conscientização para reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Ele foi instituído no Brasil pela Lei nº 13.802/2019, e alude ao Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2010, e comemorado nesta quarta-feira, 28 de julho.

Além de disponibilizar a testagem, de 26 a 30 de julho, o Serviço de Assistência Especializada do Hospital Giselda Trigueiro, em convênio com o Instituto de Medicina Tropical da UFRN, conta com a participação dos alunos da Liga de Infectologia para tirar dúvidas e realizar panfletagem, explicando os fatores de risco, de contaminação e de prevenção de doenças.

Fonte: Tribuna de Notícias

UFRN REALIZA TESTES RÁPIDOS GRATUITOS PARA DETECÇÃO DE HEPATITES VIRAIS UFRN REALIZA TESTES RÁPIDOS GRATUITOS PARA DETECÇÃO DE HEPATITES VIRAIS Reviewed by Erivan Justino on quinta-feira, julho 29, 2021 Rating: 5

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