GARIBALDI: "NA CONVERSA COM O PMDB, WILMA NÃO FALOU EM CANDIDATURA DELA AO GOVERNO"
Para os analistas políticos, a declaração da ex-governadora foi uma
espécie de alerta ao PMDB. Especialmente, à ideia de o partido lançar
Fernando Bezerra
Ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho. |
O ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), voltou a falar com
O Jornal de Hoje na manhã desta quarta-feira. O ex-governador foi
abordado sobre a possibilidade de a vice-prefeita de Natal e presidente
do PSB, Wilma de Faria, provável aliada do PMDB e suposta candidata da
aliança ao Senado, desistir desta postulação para se candidatar ao
governo. “Na conversa que nós tivemos com ela, ela não falou nada
disso”, disse o ministro, fazendo menção ao suposto acordo do PMDB com a
ex-governadora.Tal acordo preveria um palanque estadual liderado pelo PMDB, com
candidato a governador, e o PSB, com Wilma para o Senado. Entretanto,
informações dão conta de que Wilma só aceitaria disputar o Senado se o
candidato do PMDB for o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves, ou, então, o próprio ministro da Previdência. Diante da
possibilidade – real – de o PT não fazer parte desta chapa – os petistas
negociam com o PSD do vice-governador Robinson Faria a formação de um
palanque oposto – Henrique poderá desistir de disputar o governo e o
PMDB lançaria o ex-senador Fernando Bezerra, conhecido por conta dessa
situação como “candidato laranja”. No entanto, afastado da política
desde 2006, Bezerra não reuniria condições de competitividade, o que
seria uma ameaça à eleição, tida como provável, de Wilma ao Senado.
Diante disso, Wilma já teria emitido sinais ao PT – e o PT já teria
respondido afirmativamente – no sentido de uma aliança com Wilma para o
governo e Fátima para o Senado. “Não tem novidade nenhuma. Não vou
alimentar especulação. Na conversar que nós tivemos com Wilma, foi
ventilado o Senado”, reforçou o ministro da Previdência.
Em entrevista ao Jornal de Hoje, na última segunda-feira, Wilma
trouxe à discussão sua preocupação quanto a aliança com o PMDB
apresentando Fernando Bezerra como candidato ao governo. Mesmo sem citar
explicitamente o nome de Bezerra, Wilma disse que “o sentimento do povo
tem que ser analisado cientificamente, através de pesquisas
quantitativas e qualitativas”. Para os analistas políticos, a declaração
da governadora foi uma espécie de alerta ao PMDB. Especialmente, à
ideia de o partido de lançar Fernando Bezerra.
Há três semanas, o deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB), que tem
proximidade com a ex-governadora, disse que Wilma não aceitaria ser
candidata ao Senado ao lado de Fernando Bezerra, porque “ele puxa para
baixo” o palanque. Informações de bastidores indicam que Wilma teria
pesquisas de opinião, advertindo quanto ao risco de derrota dela ao
Senado, em caso de um palanque com Fernando Bezerra candidato ao
governo. Ao externar a preocupação quanto às pesquisas, a intenção de
Wilma seria mostrar essa incompatibilidade, e reagir a ela.
Reação
Neste sentido, o PMDB jogaria com todas as suas forças – e prestígio
político em Brasília – para o que seria o projeto número um do partido: a
candidatura do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, a
governador. A candidatura de Henrique só se viabiliza, segundo diria o
próprio, se não houver palanques adversários. Como está se desenhando um
forte palanque opositor, com o vice-governador Robinson Faria (PSD)
disputando o governo, e a deputada federal Fátima Bezerra (PT) o Senado,
Henrique trabalharia junto à cúpula do PT nacional a retirada da
candidatura de Fátima e a união do PT com o PMDB.
Na semana passada, circulou a informação de que o PMDB do Rio Grande
do Norte teria uma reunião nesta terça-feira com o ex-presidente Lula,
em Brasília. O objetivo seria convencer o PT a apoiar a candidatura de
Henrique, para o que, o partido do deputado estadual Fernando Mineiro
deveria abrir mão da candidatura majoritária, representada pela deputada
Fátima Bezerra. O ministro da Previdência, Garibaldi Filho, porém,
desmentiu esta informação. “Boato, por ora. Lula hoje não tem nem agenda
aqui”, disse Garibaldi, no contato com a reportagem.
Salvação
A aliança com o PT, neste momento, é vista como a salvação da aliança
entre PMDB e PSB, tendo como resultado a candidatura de Henrique a
governador, que estaria condicionada a essa mega aliança – trazendo
Wilma a reboque ao Senado. Na costura dessa aliança, o peemedebista já
teria conseguido o mais difícil: o apoio dos partidos de oposição a
Dilma a sua candidatura, representados no RN pelo DEM do senador José
Agripino Maia e da governadora Rosalba Ciarlini, o PSDB do suplente de
deputado federal Rogério Marinho e o PPS do suplente de vereador Wober
Júnior, além de legendas satélites ao PMDB, como o PV, o PR e o PROS.
Para o palanque ficar completo, isolando qualquer possibilidade de
candidatura adversária forte, faltaria apenas ao PMDB atrelar ao grupo
suprapartidário o PSB de Wilma de Faria, o PT de Fátima Bezerra e o PSD
de Robinson Faria. O PSB de Wilma já estaria “na agulha”, mas o palanque
do PT com o PSD está assustando Henrique, que temeria enfrentar a chapa
Robinson e Fátima – mesmo ao lado de Garibaldi, Agripino, Wilma – as
três maiores lideranças políticas do Estado, e agregados de algum peso,
como PROS e PR.
Instado a falar da intenção do PMDB de demover o PT e sua candidatura
em prol de uma aliança com o PMDB e aliados, Garibaldi negou a
intenção. Entretanto, manteve a posição de não descartar a
possibilidade. “Absolutamente, ninguém vai mexer nada com PT. Como eu
disse, com o PT tivemos aquela conversa, mas avançou mais a conversa com
o PSB. Mas não está descartada (aliança com o PT), mas não está
fechado”, disse o ministro Garibaldi Filho. Quanto às críticas do
presidente do PT em Natal, Juliano Siqueira, ontem, no Jornal de Hoje,
Garibaldi preferiu não responder. “Isso não vou dizer nada”.
GARIBALDI: "NA CONVERSA COM O PMDB, WILMA NÃO FALOU EM CANDIDATURA DELA AO GOVERNO"
Reviewed by Erivan Justino
on
terça-feira, março 18, 2014
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