GARIBALDI: "NÃO SINTO DESCONFORTO DE APOIAR A CHAPA FERNANDO E WILMA"
Ministro da Previdência afirma que a chapa majoritária poderá mesmo ser feita entre PMDB e PSB 
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| Garibaldi Filho foi entrevistado pelos jornalistas Marcos Aurélio, Tulio Lemos e Enio Sinedino, na rádio 96 FM. Foto: Cedida | 
O 
fato de Garibaldi ter votado tanto contra Wilma de Faria (PSB) quanto 
contra Fernando Bezerra, em eleições recentes, não embaraça o ministro. O
 senhor não se sente desconfortável de apoiar uma chapa como essa? Como é
 que o senhor vai chegar para o eleitor? “Não, eu não me sinto 
desconfortável, não. Primeiro, porque não apoiei nenhuma chapa. A chapa 
ainda está em formação”, afirmou. 
Confira a entrevista na íntegra.
Jornal de Hoje – Que o senhor pensa do quadro político, com o
 PMDB querendo lançar uma chapa tão ampla com todos esses partidos 
políticos?
Garibaldi Filho – Olhe, eu diria a você, é estranho que se possa 
questionar o fato de querer se construir uma aliança mais ampla 
possível. Porque ninguém ganha eleição sozinho, o partido não pode ter 
pretensão de ganhar uma eleição só com os seus quadros partidários. 
Tirando uma chapa chamada puro sangue, não há isso. O que é que se todos
 pudessem estariam fazendo, ou todos podem fazer, eu diria melhor, não 
vou aqui inviabilizar a possibilidade de ninguém, de nenhum partido, de 
querer fazer o que o PMDB está fazendo. Eu apenas defendo agora aqui e 
defenderei em qualquer outra oportunidade a legitimidade de se fazer 
isso. Porque o que eu acho estranho é o questionamento da legitimidade 
disso.
JH – Mas não está se questionando a legitimidade, está se 
questionando a quantidade de partidos, ou pelo menos os representantes 
desses partidos. O senhor foi às ruas pedir votos para a governadora 
para tirar Wilma do governo, o PSB do governo. Aí Wilma está nesse grupo
 que é para resgatar o Estado. Zé Agripino, que é o DEM, mesmo partido 
de Rosalba, também está nesse grupo. Como é que esse povo vai resgatar 
um estado que eles mesmos conseguiram deixar desse jeito?
GF – Olhe, primeiro, a gente tem que pensar o seguinte: nós estamos a
 essa altura, e ele (Fernando Bezerra) deu essa entrevista que eu estou 
aqui com uma inveja danada (risos – por causa do tamanho do espaço), nós
 estamos convidando, sondando, querendo que o ex-senador Fernando 
Bezerra seja o candidato do PMDB. Nós achamos que ele é o melhor nome, o
 nome mais preparado, justamente para enfrentar isso que você disse… 
Porque, num regime presidencialista como o nosso, quem vai enfrentar… Se
 fosse o parlamentarismo, eu até diria, como você está falando, quem vai
 governar é o partido. Não, o regime presidencialista, eu não estou 
defendendo o regime presidencialista, eu estou factualmente chegando à 
conclusão de que sua premissa, você desculpe, discutir com você, vou 
terminar apanhando na sua coluna um bocado de tempo.
JH – Mas o senhor tem direito ao contraditório
GF – Mas a premissa sua ela precisa receber um reparo. Quem vai 
governar um estado num regime presidencialista, esse é o grande – vou 
levar a questão para o plano nacional – o grande questionamento que se 
faz na aliança PT/PMDB, é que o PT, nós temos 39 ministério, e o PT tem 
seguramente dois terços, porque há isso. Então, eu quero reconhecer a 
boa intenção de querer que os partidos todos, eles…
JH – Quando o senhor fala que FB é o candidato do PMDB, que ele é melhor…
GF – Não, de acordo com o que ele diz aqui no jornal. Ele diz que está pensando ainda.
JH – Mas disse também que não tem estatura para concorrer 
contra Wilma, se ela não aceitar ser candidata ao Senado, e disse que o 
PMDB deu esse tempo para Wilma pensar, decidir. Se até meados de março 
ela decidir, forma uma chapa com o PMDB e ele aceitar ser o candidato a 
governador com ela de Senado, se ela não decidir, aí o senhor renuncia 
ao Ministério da Previdência para ser candidato contra ela. E aí?
GF – Não, isso aí. Eu não li a entrevista toda, não. Mas ele não tem procuração minha para decidir isso não.
JH – Disse inclusive que o candidato deveria ser Henrique, que está no melhor momento…
GF – Acho que muita gente do PMDB pensa como ele. Aqui não vamos 
pensar que é só Fernando Bezerra que pensa assim. Ele pensa uma coisa 
que muita gente do PMDB pensa. Agora, é preciso que vocês chamem 
Henrique aqui e perguntem a ele.
JH – Na parte que cabe o senhor, nessa situação, o senhor 
descarta uma candidatura a governador, se Wilma for candidata ou não, em
 qualquer situação, o senhor descarta ser candidato?
GF – Eu não penso em ser candidato. E não vamos também avançar. Não 
podemos queimar etapas. Eu reconheço que os jornalistas, e eu já tentei 
ser jornalista, terminei jornalista amador, querem, de qualquer maneira,
 queimar etapas no processo, e é bíblico, o que se diz é que tudo tem 
seu tempo.
JH – O senhor sente algum tipo de rejeição ao nome de Fernando Bezerra nas bases?
GF – O que sinto, e até ele reconhece, é que nós temos que constatar 
que Fernando Bezerra está ausente da política do RN desde 2006. E ele 
realmente recolheu-se mesmo à atividade empresarial. Então, há uma 
geração nova, emergindo, que não conhece Fernando Bezerra bem. Mas há 
outra que pode dar um depoimento a respeito do que ele fez como senador 
simplesmente, mas também como líder do governo de Lula no Senado, como 
ministro da Integração Nacional. E também poderíamos dizer há quem diga 
que a Confederação Nacional da Indústria vale por um ministério. Como 
presidente da CNI.
JH – E como ministro ele deixou uma marca 
muito forte em relação aos prefeitos do RN. Mas FB já foi candidato a 
governador e o senhor votou contra ele. Wilma foi candidata ao Senado, 
disputou com o senhor agora em 2010, o senhor votou contra ela. O senhor
 não se sente desconfortável de apoiar uma chapa como essa? Como é que o
 senhor vai chegar para o eleitor?
GF – Não, eu não me sinto desconfortável, não. Primeiro, porque não 
apoiei nenhuma chapa. A chapa ainda está em formação. Se essa chapa vier
 a ser consolidada, é uma chapa escolhida não apenas por um partido, mas
 por uma coligação. E eu estarei ali ajudando os nomes que forem 
escolhidos. Eu levo uma vantagem e, acredito eu, na política do RN 
acabou. Não tenho ressentimento, mágoas. A política já foi muito mais 
radical, um poço de mágoas. Eu não tenho… Eu apenas vou, sobretudo, me 
dedicar a pregar isso que estou dizendo aqui, se ele aceitar: que o nome
 de Fernando Bezerra está à altura desse desafio que o estado precisa 
enfrentar.
JH – O senhor se arrepende de ter votado em Rosalba?
GF – Não, não me arrependo, não. Porque quando eu votei em Rosalba, 
eu não tinha uma bola de cristal para saber o que iria acontecer. Quando
 eu vi que o partido não poderia continuar a apoiá-la, eu insisti no 
sentido de que o partido não poderia lhe dar aquele apoio.
JH – Qual seria a chapa dos sonhos para o governo e o Senado?
GF – Com toda sinceridade, acho que o melhor quadro hoje para exercer
 o governo do Estado, ninguém vai nomeá-lo, ninguém pense que vai ser 
fácil, vai haver uma campanha, a campanha não vai ser fácil, é Fernando 
Bezerra.
JH – Qual a causa do RN passar por tantas dificuldades, o 
estado está quebrado, segurança pública desmantelada, saúde sem 
funcionar, estado atrasando salário. Quem é culpado por isso?
GF – Acho que se nós formos procurar culpados, nós vamos realmente perder muito tempo.
JH – Mas não é importante descobrir os culpados?
GF – Olhe, se você quiser colocar alguém sub judice, você recorre ao MP, e não recorre a mim.
JH – A ex-governadora Wilma disse que nas conversas com o 
PMDB, o senhor e Henrique não falaram no nome de FB para o governo. 
Falaram ou não?
GF – Olhe, em todas as conversas, não apenas com ela, com o PT, com 
os partidos que foram mais ouvidos por Henrique, é verdade, mas nas 
conversas que participei, inclusive com o PSB, de Wilma de Faria, o nome
 de Fernando Bezerra foi sempre colocado como um nome que nós estamos 
lutando para que ele possa ser o candidato do partido, levando o nome 
dele a essa coligação a ser formada.
JH – Nas conversas que o PMDB tem com Agripino, o que ele diz em relação ao DEM, que fica com o PMDB?
GF – Ele diz que o partido não é Agripino, é a bancada de deputados 
na Assembleia e na Câmara dos Deputados, um conjunto de lideranças e de 
forças. Como é partido aqui, ele vai ouvi-los e acredita que não será 
fácil a situação da governadora, da maneira como as coisas estão 
acontecendo no RN.
JH – Ele acha que Rosalba é inviável eleitoralmente?
GF – Se caminhar assim, ele está preocupado… É a tal história, do 
mesmo jeito que mandou me convidar, convide Zé Agripino para ele falar.
JH – Há alguma possibilidade de mudança do PMDB nessa questão da candidatura, por exemplo, Henrique ou Walter Alves?
GF – Se FB chegasse a não aceitar o convite, que a comissão executiva
 já nos autorizou a convidá-lo, mas isso vai ter uma reunião de 
diretório, e própria convenção que ainda vai demorar, se isso chegar a 
um ponto culminante que não venha a trazer o nome de FB como candidato, 
nós vamos ter que examinar outra solução. Nós temos é que ter presente 
que há uma expectativa muito grande no estado com relação ao PMDB 
estadual e com relação ao plano nacional com relação ao PMDB nacional de
 que o candidato que nós tenhamos aqui no RN seja o candidato do PMDB.
JH – Falando no plano nacional, não acha que fica complicado 
para o PMDB explicar que vai excluir o PT da aliança para colocar alguém
 do PSB, que tem uma candidatura a presidente da República adversária?
GF – Se isso acontecer terá que ser explicado. Como em outros 
estados, essa ortodoxia, se isso prevalecer, que se venha a quebrar 
isso, em outros estados pode acontecer, porque essa verticalização é 
difícil de acontecer hoje.
JH – Em sua opinião, aqui no Estado, a coligação que está se formando, a entrada desse grupo do PT, é inviável?
GF – Eu acho que o PT está acompanhando a situação. Já hoje no JH, há
 uma matéria dizendo que o PT estaria hoje mais inclinado a compor com o
 PSD.
JH – O projeto do PT é Fátima para o Senado e a chapa exclui esse projeto.
GF – Eu acho que Fátima tem todas as razões de estar querendo fazer 
prevalecer a candidatura dela. Ela tem inclusive nas pesquisas, 
pesquisas essas que no RN elas não estão acontecendo, a última foi em 
dezembro. Queria dizer que Fátima Bezerra é uma candidata que realmente 
que o PMDB poderia e pode apoiar ainda.
JH – E Wilma?
GF – Nós estamos ainda num processo de discussão.
JH – Vocês já convidaram oficialmente Wilma para ser candidata?
GF – Oficialmente, não. Até porque ela não nos deu essa prerrogativa 
de convidá-la. Na conversa dela ela diz que vai ouvir o partido, que 
ainda tem essa chance de ser candidata ao governo, então ninguém vai 
atropelar o processo.
JH – Mas, a preferência do PMDB é Wilma para o Senado?
GF – O próprio Fernando Bezerra colocou isso muito claramente. Mas FB
 hoje ele coloca que a chapa ideal para ele seria a chapa com a 
ex-governadora Wilma de Faria. Então, nós temos que procurar facilitar 
os caminhos de FB já que nós queremos a candidatura dele. E isso chega a
 essa afirmação dele.
JH – Que Henrique diz sobre candidatura ao governo?
GF – Diz que nesse momento não se cogita de candidatura dele. Acho uma afronta ao nome de FB, dizer que é faz de conta, laranja.
JH – Fracassando essa tentativa de uma aliança tão ampla, Waltinho estaria aberto a ser candidato numa chapa de Robinson?
GF – Não aceita outra coisa no momento a não ser deputado estadual.
JH – O quadro está muito confuso?
GF – Eu admito que o quadro está nebuloso, porque n o é fácil esse 
processo de consolidação da candidatura de FB, quando ele próprio ainda 
não se dispõe a conquistar os apoios. Aí fica difícil, mas ele tem 
discurso, eu continuo insistindo nisso. Ele tem discurso, tem uma 
história, o RN está passando por um momento difícil.
JH – Notei o senhor meio abatido, o senhor visitou o hospital, esteve com sua mãe, como ela está?
GF – Você está me achando abatido? Não é por conta de mamãe, não, 
porque ela está melhorando, graças a Deus. Você pode está me achando 
abatido é porque todas as vezes que eu venho dar uma entrevista como 
essa eu venho nesse estado de espírito (risos). Depois eu até melhoro, 
agora mesmo eu estou melhor, porque está terminando.
GARIBALDI: "NÃO SINTO DESCONFORTO DE APOIAR A CHAPA FERNANDO E WILMA"
 Reviewed by Erivan Justino
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quinta-feira, fevereiro 06, 2014
 
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