Crédito da Foto: Eduardo Maia
A volta às aulas presenciais no âmbito do Rio Grande do Norte foi o tema
debatido na tarde desta terça-feira (20), em reunião da Comissão de
Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Socioeconômico, Meio
Ambiente e Turismo, reunindo os deputados Isolda Dantas (PT), Jacó
Jácome (PSD), Francisco do PT e representantes de entidades do setor
educacional e do Ministério Público estadual.
Depois de mais de duas horas de debate pelo Sistema Remoto de
Deliberação da Assembleia Legislativa ficou evidenciado nas exposições
dos participantes convidados, que a volta às aulas presenciais nas
escolas públicas passa pela as orientações da Ciência.
“A Ciência é quem guia. O retorno das aulas pelo sistema presencial tem
que ser resolvido à luz da Ciência. Tem que ter vacina para todos. Vamos
elaborar um relatório de todas as questões aqui levantadas para
encaminhar ao Governo do Estado e a todas as instituições que estiveram
representadas no debate desta tarde”, disse a presidente da Comissão,
deputada Isolda Dantas.
O secretário extraordinário para Gestão de Projetos e Metas de Governo,
Fernando Mineiro, disse em suas colocações no início do debate que a
Pandemia causou grande impacto na vida dos alunos da América do Sul e
Caribe.
“No Brasil o impacto foi muito grande. Setenta por cento das crianças
brasileiras estão afetadas por causa da Pandemia, com a suspenção das
atividades de ensino pelo Brasil afora, com agravamento pelas
dificuldades de acesso às tecnologias para as aulas online. É uma
situação complexa", disse o Secretário.
A coordenadora da Frente Nordeste Criança, Ana Maria Melo disse que há
um ano “estamos nessa ansiedade. Volta não volta”. Ela falou sobre um
levantamento feito com crianças da região Nordeste, identificando como
elas vão agindo diante das adversidades.
A presidente da Associação Potiguar dos Estudantes Secundarista, Alana
Carolina Ribeiro Cabral, fez a sua colocação dizendo que “não se pode
virar as costas para os estudantes numa hora dessa, como a da Pandemia. É
preciso que tenham o suporte necessário para a sobrevivência. Precisa
de vacinação de professores, EPIs, cestas básicas para estudantes que
estão necessitando”.
Já a vice-presidente da Associação de Pais e Alunos do Estado, Clelma
Pinheiro questionou que os pais não têm como auxiliar os filhos nas
aulas remotas. Essa é a realidade do ensino remoto. Qual o objetivo
desse ensino remoto. Essas aulas não estão sendo realizadas ao
contento”, disse.
A Coordenadora Geral do Sindicato dos Trabalhadores de Educação Pública
do Estado, Maria de Fátima Cardoso colocou na discussão “que estamos no
pico da pandemia e quais foram as tratativas feitas com o Governo
Federal para que a gente pudesse ter mais condições de trabalho. Os
estados precisam de recursos para uma resposta a essa situação. Fico à
vontade para falar em nome dos profissionais”.
Outra debatedora foi a presidente da União Brasileira dos Estudantes
Secundarias, Rozana Barroso. De acordo com a sua colocação, têm pessoas
voltando para o mapa da fome e os alunos estão com seus pais nessa
situação. “Defendemos a presença da escola. A falta da aula deixa os
estudantes sem alimentação, sem acesso à Educação pela internet.
Precisamos de um plano para recuperar as escolas públicas que não têm
condições de abrir”, afirmou.
A titular da 78ª Promotoria de Justiça e Coordenadora das Promotorias de
Justiça de Defesa da Educação da Comarca de Natal, Isabelita Garcia
Gomes Neto Rosas, destacou que “não podemos deixar de considerar o
Estatuto da Criança e do Adolescente. É muito improvável que as escolas
sejam ambientes propícios à transmissão do vírus. As escolas devem ser
as últimas a fecharem e as primeiras a serem reabertas”.
Na sua participação no debate, a Secretária Adjunta da Educação, da
Cultura, do Esporte e do Lazer, professora Márcia Gurgel disse que não
há escolas fechadas no Rio Grande do Norte. “Há um conjunto delas que
vem cumprindo um calendário com projetos pedagógicos para retomadas das
avaliações para que nenhum aluno seja reprovado em 2021. Um projeto
pedagógico específico para que os estudantes recuperem o prejuízo. Vamos
fazer um pacto em defesa da Educação. Um diálogo profícuo para que
juntos possamos encontrar as alternativas para garantir a Educação”.
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