ELEIÇÕES 2014: CRÔNICA, POR DIEGO ROCHA
A Teoria da Elite: política conservadora, mas de valores mundanos.
Nessas
eleições de 2014, a maior incoerência que eu pude perceber em muitos líderes
políticos (ou formuladores de políticas públicas) do Rio Grande do Norte, então
“ainda” candidatos, é o apego a interesses elitistas ou egotistas, em
detrimento de uma política realmente "pública", que atenda a
interesses da grande parcela dos governados (povo). Isso, claro,
desconsiderando os presentes discursos vazios e meramente persuasivos por “inovação”
ou “arrependimento” posterior à reeleição.
Causa ojeriza
termos em nosso Estado candidatos, que estão nos poderes legislativo e
executivo há mais de quatro décadas, mencionando a palavra "mudança".
Qualquer eleitor de mente mediana consegue enxergar que candidatos provenientes
de antigos grupos oligárquicos (cujos nomes de família já são de conhecimento
notório a todos) representam omissão ou desatendimento a interesses coletivos,
pelo comportamento natural que acerca o pragmatismo do ser humano: seguir
"um caminho mais fácil", mas não "o caminho melhor". Assim,
a conclusão é óbvia, se votarmos nos velhos candidatos "elitizados"
que temos em infeliz e renitente opção, continuarão as gestões públicas omissas
a questões coletivas (meio ambiente, educação, segurança, saúde, emprego, etc.),
e consequente permanência de desserviços a grande massa dos governados, por
vezes, cidadãos educacional e economicamente menos favorecidos; além de
apoiarmos sistemáticas de ineficiência administrativa gritante ou improbidade
administrativa (corrupção), vez que o “network” dos formuladores de política funciona
como “o trilho está para o trem”, ou seja, mecanismos limitadores por seguir os
pré-elaborados conchavos do “fazer política” com antigos parceiros de ações já
conhecidas (máfia e formação de quadrilha quando no aspecto jurídico-criminal).
sintoma do modelo elitista na política pública
é a baixa competitividade ou variabilidade de candidatos a pleitos eletivos,
uma vez que acordos entre poucos e poderosos partidos políticos conseguem sufocar
as forças de um eventual novo candidato ou novo partido (algo nocivo ao
Princípio da Democracia Real). É latente o conservadorismo nesse modelo de
política vigente no Rio Grande do Norte, quiçá também presente na maior parte
dos Estados brasileiros. Entretanto, os valores “conservadores”, aqui, estão
longe daquelas virtudes religiosas, espirituais e de identidade etnocultural. O
elitismo político tende ao apego a valores estritamente materiais, mesmo que disso
resulte pesados tributos sobre a maioria da população (maiormente a classe
média), ou privatização de empresas e órgãos estatais a fim de uma possível e
incerta eficiência no serviço público, que, em realidade, revela-se muito
dispendioso ao usuário e muito lucrativo aos atores empresariais, com acesso quase
restrito aos detentores de alto poder aquisitivo (minoria). Não surpreende a
manutenção, por parte dos formadores de política, do fenômeno das disparidades
sociais em âmbito local (municípios e Estados). Como reflexão, basta perguntar-se:
como são, em geral, as escolas públicas municipais? Existe grande promoção de
emprego e distribuição de renda por parte do Estado? A execução imediata, e
local, fica fadada aos fracassos já vistos “in loco”.
Portanto, diante
da breve teoria explicada, longe de aprofundamento, haja vista a limitação do
texto, reforça o cuidado sobre o voto qual um instrumento que exige muita
reflexão e amadurecimento dos cidadãos. Ou, do contrário, continuaremos a fazer
do voto um meio de barganha e negociação individual, egoísta e medíocre em prol
de uma “elite” míope e materialista que governa em vários âmbitos no nosso
país.
Diego Rocha.
ELEIÇÕES 2014: CRÔNICA, POR DIEGO ROCHA
Reviewed by Erivan Justino
on
quarta-feira, agosto 20, 2014
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