DIA DO MÉDICO EM NATAL TERÁ ATO POLÍTICO EM APOIO A AÉCIO NEVES

Profissionais pedem mudança e criticam presidente Dilma Rousseff

As dificuldades nas redes públicas de saúde do país, a baixa oferta de profissionais e o descontentamento com o programa Mais Médicos, uma das grandes bandeiras da presidente Dilma Rousseff, está unindo a categoria médica e estudantes universitários de Natal a declararem apoio ao candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves. Neste sábado, 18 de outubro, data em que se comemora o Dia do Médico, inúmeros profissionais irão às ruas em um movimento que será marcado pelo posicionamento político da categoria.

O movimento, segundo explicou Geraldo Ferreira, presidente do Sindicato dos Médicos no Rio Grande do Norte (Sinmed), atesta que “os médicos entenderam que deveriam agir em nome da mudança”. “Normalmente, os atos em comemoração ao Dia do Médico se limitavam às reivindicações históricas da categoria, como melhorias no sistema público de saúde e condições de trabalho. Entretanto, os médicos entenderam que o país precisa passar por um processo de mudanças e propuseram uma situação diferente neste ano”, conta. Neste sentimento de mudança, a programação que estava sendo organizada pelo Sinmed, com apoio da Associação Médica do Estado e do Conselho Regional de Medicina (Cremern), foi cancelada.

“A posição política dos médicos está tão clara quanto à mudança administrativa do país que achamos melhor cancelar a programação e desvincular o ato das entidades”, explica. “O movimento de hoje surgiu da espontaneidade dos profissionais. Eu também irei participar, mas não como Sinmed. Vou participar como médico que apoia esse processo de mudança”, afirmou.

O ato dos médicos, que conta com a adesão voluntária de estudantes universitários e profissionais de diversas outras categorias, está marcado para começar às 15h, em frente ao Museu Câmara Cascudo, na Avenida Hermes da Fonseca. O grupo sairá em passeata até o cruzamento da Avenida Salgado Filho com a Bernardo Vieira, tomando em seguida o sentido contrário do trajeto, passando em frente ao Hospital Walfredo Gurgel, a maior unidade hospitalar de urgência e emergência do RN.

“Os profissionais médicos e a população em geral foram mobilizados pelos grupos das redes sociais e estamos estimando uma grande adesão. O sentimento que nos move é o mesmo que vimos e presenciamos em julho do ano passado. Vamos voltar a reforçar nosso posicionamento em defesa da democracia, da liberdade de pensamento, de expressão, liberdade de imprensa, contra a corrupção”, disse Geraldo Ferreira.

“Obviamente, vamos nos posicionar a favor de melhorias na saúde, educação, segurança e contra os programas que desprezam a categoria médica no Brasil”, destacou. Em todo o Estado do Rio Grande do Norte, os médicos estão se mobilizando e pagando do próprio bolso as ações pró-Aécio Neves. Os municípios de Caicó e Mossoró foram uns dos que receberam movimentações como ‘adesivaço’ e carreata.

Na visão do presidente da Associação Médica do RN, o médico Álvaro Barros, “hoje a manifestação saiu do nosso domínio”. “Nosso ato está aberto a toda população. Muitas pessoas estão pedindo para participar. Estudantes universitários de variados cursos estão se unindo a nós e isso tudo nos mostrar que a população, de um modo geral, está com o mesmo sentimento de mudança da classe médica”, afirmou.

Para Álvaro Barros, um dos argumentos que sustentam o posicionamento dos médicos em não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff é a exposição negativa que o Governo Federal condicionou aos médicos. “A presidente declarou por diversas vezes que nós não queremos trabalhar na rede pública e que o Brasil não tem médicos suficientes para atender toda a população. Isso é mentira. O que nós não queremos são as condições precárias de trabalho e a falta de uma carreira digna”.

Além disso, o sucateamento da rede de saúde e o risco institucional da classe médica também justificam o apoio aberto ao candidato Aécio Neves. “Não podemos ficar calados diante de tanta dificuldade. E por não nos calarmos, ainda corremos riscos. Gostamos de reforçar e escancarar nosso apoio a Aécio porque ele está nos garantindo condições melhores de trabalho, valorizando ainda a nossa carreira federal”, disse Barros.