PRESIDENTE DA FIERN INDICA DIFICULDADES PARA O RN EM BUSCA DE NOVOS MERCADOS APÓS TARIFAÇO DOS EUA

FOTO: MAYANE LINS

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, afirmou nesta quarta-feira (16), em entrevista à 98 FM Natal, que a imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um cenário de crise que exige ação imediata e estratégica. Ele descreveu o cenário de exportações potiguares e detalhou desafios para novas alternativas comerciais.

“É bom, um episódio dessa natureza, sempre que tem algum tipo de situação de crise, você desperta a necessidade da gente, mais do que nunca, buscar alternativas. Independente de se existir um acordo ou não, porque na hora que você tem essa dependência, a gente viu”, disse Serquiz, destacando que o momento é semelhante ao vivenciado durante a pandemia, quando o mundo percebeu a importância da retomada da indústria de transformação.

A declaração ocorre em um momento em que o Governo do Rio Grande do Norte anunciou apoio aos produtores locais para abertura de “novos mercados-alvo”, como Ásia e América Latina, diante da nova tarifa que deverá entrar em vigor no dia 1º de agosto. Em nota divulgada na quinta-feira (10), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação afirmou que a iniciativa busca minimizar os impactos da medida norte-americana.

Durante a entrevista, Serquiz destacou as dificuldades específicas enfrentadas pelo estado potiguar, como a ausência de um porto próprio, o que compromete a logística e aumenta a dependência de estruturas em estados vizinhos. “Nós temos aqui uma situação atípica no Rio Grande do Norte, porque nós não temos um porto, então a nossa produção depende de sair para o Pecém, no Ceará, ou Suape, em Pernambuco. Então isso se complica mais”, explicou.

Ele citou como exemplo a exportação de melão para a Ásia, recentemente aprovada, mas que enfrenta obstáculos logísticos. “O complicador era exatamente a questão de que tinha que chegar lá em 28 dias, e isso não poderia ocorrer em função da nossa infraestrutura aqui.”

Serquiz também apontou os entraves enfrentados por outros segmentos importantes da economia potiguar, como a pesca, que sofre barreiras da União Europeia, e ressaltou que a construção de novos mercados exige tempo e planejamento. “Agora, não se constrói um mercado do dia para a noite. O nosso pescado é muito bem aceito nos Estados Unidos, existe um público consumidor formado há anos. Para você construir isso tem um tempo, e esse tempo, evidentemente, que nessa vacância você tem uma perda”, alertou.

Segundo ele, empresários e sindicatos industriais estão mobilizados para acelerar a diversificação de destinos comerciais. “Os empresários que estão conversando e que nós estamos dialogando diariamente têm alguns mercados que já estavam prospectando. Então é exatamente avançar nessas negociações.”

A Fiern aponta que os setores mais vulneráveis diante da nova tarifa americana são os segmentos petrolífero, pesqueiro e salineiro, todos com forte presença no Rio Grande do Norte. Diante do cenário, Serquiz reforçou que a crise, embora grave, deve ser usada como impulso para a reestruturação da política comercial brasileira: “A crise leva exatamente a se buscar essa alternativa que é exatamente novos mercados.”

Portal 98 FM
PRESIDENTE DA FIERN INDICA DIFICULDADES PARA O RN EM BUSCA DE NOVOS MERCADOS APÓS TARIFAÇO DOS EUA PRESIDENTE DA FIERN INDICA DIFICULDADES PARA O RN EM BUSCA DE NOVOS MERCADOS APÓS TARIFAÇO DOS EUA Reviewed by Erivan Justino on quinta-feira, julho 17, 2025 Rating: 5

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