CASO ZAIRA: “POR FAVOR, PAREM DE MATAR NOSSAS FILHAS”, PEDE MÃE DE VÍTIMA DE FEMINICÍDIO

FOTO: REPRODUÇÃO

“Por favor, parem de matar nossas filhas”. Esse foi um dos apelos que Ozanete Dantas, mãe de Zaira Cruz, assassinada em 2019, fez antes de entrar no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, na manhã deta segunda-feira (2) para o júri popular do acusado de matar a filha dela. Nesta manhã começa o julgamento do ex-sargento da Polícia Militar, Pedro Inácio Araújo de Maria, acusado de estuprar e matar a estudante universitária no Carnaval de Caicó em 2019.

“Estamos nesta luta há mais de seis anos, algo que já podia ter sido resolvido há mais tempo, porque era só um suspeito, não tinha mais ninguem fora ele. Essa demora mata, ela acaba do o nosso coração, deixa a gente doente. Alguém tem que pagar pela barbaridade que minha filha passou”, ressaltou a empresária.

De acordo com a Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) da Secretaria de Segurança do Rio Grande do Norte, 12 mulheres foram vítimas de feminicídio até agora em 2025.

A previsão é de que o júrio popular do caso Zaira se estenda até a sexta-feira (6), e 22 depoimentos devem ser ouvidos. O processo conta com 7 mil páginas e, inicialmente, tramitou na 3ª Vara da Comarca de Caicó, mas a defesa do réu solicitou a transferência do julgamento para a Natal, alegando dúvidas sobre a imparcialidade do júri na região do Seridó, devido à repercussão do caso.

Além do réu, servidores, e depoentes, a justiça autorizou a participação de seis pessoas. Estão presentes na sessão de julgamento a mãe, o pai, a irmã da vítima, uma psicóloga do Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Letal e Intencional do Ministério Público do RN, a mãe do réu e um acompanhante.

“Por se tratar de um processo que tramita em segredo de justiça, e para preservar a dignidade da vítima e demais dados sensíveis sobre o caso, o acesso ao julgamento está limitado a familiares da vítima, Zaira Dantas Silveira Cruz, e do réu, Pedro Inácio Araújo”, diz trecho do comunicado emitido pelo TJRN.

Novo Notícias