TAÍS ARAUJO FAZ DENÚNCIA À GLOBO E SINDICATO FALA EM “VAIDADE”

A atriz Taís Araújo denunciou a autora Manuela Dias ao setor de compliance da Globo após uma discussão sobre o desenvolvimento da personagem Raquel no remake de Vale Tudo. O caso ocorreu durante a produção da novela, quando Taís manifestou insatisfação com a forma como a negritude era retratada na trama.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, o desentendimento começou após a atriz afirmar que o texto reforçava a imagem de uma mulher negra destinada ao sofrimento. Ela também teria mencionado que lideranças do movimento negro cobravam uma construção mais sólida para a protagonista.

A denúncia foi feita depois de uma conversa acalorada entre as duas profissionais. Manuela teria discordado das observações da atriz, o que levou Taís a registrar formalmente a queixa, pedindo que a emissora refletisse sobre a representação de personagens negros em suas produções.

Taís ainda teria reclamado que sua personagem perdeu espaço no enredo, aparecendo com mais frequência em cenas de publicidade. Pouco depois, em entrevista à revista Quem, a atriz tornou pública sua insatisfação com os rumos da novela.

Com a repercussão, Manuela Dias também teria apresentado uma queixa interna contra Taís, alegando quebra de protocolo e de ética profissional. Após o término da produção, outros atores, como Luís Melo, também expressaram decepção com o texto.

O caso ganhou novo capítulo quando o ator Hugo Gross, presidente do Sindicato dos Artistas do Rio (Sated-RJ), criticou a denúncia de Taís. Em entrevista ao Metrópoles, ele afirmou que o Sindicato não foi procurado e considerou a atitude da atriz um “ato de vaidade”.

Gross declarou ainda que a pauta racial tem sido usada de forma exagerada, dizendo que “qualquer coisa é que o negro não teve chance”.

– Está reclamando de negros, porque não teve papel para negro. Hoje, qualquer coisa, é que o negro não teve chance. Vale Tudo teve três negros protagonistas. Tem que parar com isso, a vida não é isso. Qualquer coisinha “Ah, porque o negro não tem voz”. Ninguém está pensando mais nisso, isso já passou milhões de anos atrás – disse o sindicalista.