RN POSSUI A MAIOR MATRIZ EÓLICA DO PAÍS
Segundo a Agência Reguladora de Serviços Públicos, (Arsep),
responsável pela fiscalização dos parques eólicos no estado, o RN hoje é
autossuficiente na produção de energia limpa, conta com 70 parques
eólicos em operação, 31 em construção e 67 já com autorização para serem
iniciados. Em 2015 a agência reguladora vai realizar 37 fiscalizações.
As fiscalizações são divididas em dois tipos, Operações Rotineiras,
executadas em parques, que já estão em funcionando e Expansão de Oferta,
realizadas em parques, em fase de construção. A função da Arsep
é assegurar que as obras sejam feitas dentro dos prazos e que obedeçam
as normas técnicas de execução e funcionamento.
Para
a Diretora-Presidente da Arsep, a engenheira Kátia Pinto, a
fiscalização é fundamental para que o Estado continue avançando de forma
eficiente na produção de energia limpa. “Ficamos honrados por nosso
estado ser auto suficiente na geração de energia, principalmente num
momento como esse de crise energética. O papel da agência é importante,
porque controla a produção e a execução desses parques, verificando se o
cronograma contratado com a Aneel durante o leilão está sendo cumprido e
se a produção de energia limpa está acontecendo de forma correta para,
que a população seja beneficiada. É importante que o governo federal se
preocupe com os leilões, mas também com as linhas de transmissão que
levam a energia produzida aqui, para todo o Brasil” comentou a
gestora.
Saiba mais...
De acordo com o
Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energias Renováveis
(Cerne), a estimativa é que o setor no RN tenha recebido nos últimos 5
anos, de R$ 3 a 4 bilhões em investimentos. A expectativa até 2018, é que a capacidade produtiva do estado chegue a 5.006.063(KW) e esses números podem subir. A Empresa de Pesquisa Energética, (EPE) cadastrou 521 projetos para um leilão A-3, a ser realizado no dia 24 de julho. O Rio Grande do Norte saiu na frente mais uma vez. Dos 521 projetos cadastrados, 132 são voltados para a produção de energia eólica no estado potiguar. Um leilão A-3 é um tipo de processo onde os empreendimentos vencedores devem entrar em operação no prazo de três anos, a partir da assinatura do contrato.
A energia eólica é uma fonte de energia limpa, para a construção de uma
usina é necessária uma grande extensão de terra, pois as turbinas
precisam ter uma distância específica entre si. Esse distanciamento
evita que a perturbação causada no escoamento do vento atrapalhe a outa
unidade. Não impossibilitando porém, que o espaço do parque possa ser
utilizado para outras atividades. Em alguns casos as empresas ganhadoras
dos leilões de energia simplesmente compram os terrenos onde pretendem
instalar seus parques, enquanto em outros, os espaços são arrendados e
os proprietários passam a receber pagamentos fixos pela produção de
energia no local, o montante é calculado pelo percentual da receita que
cada equipamento instalado gera.
O custo de produção da energia eólica é considerado alto, em comparação
a outras fontes, também tidas como ecologicamente corretas, mas em
contrapartida a energia eólica é considerada a fonte de energia mais
limpa do planeta. Em um período onde alternativas sustentáveis estão
cada vez mais necessárias, a energia eólica se tornou um caminho, na
tentativa de preservar os recursos naturais e consumir de forma
responsável. Além de ser uma nova opção ao modelo prioritariamente
utilizado no Brasil de construção de hidrelétricas. Apesar de limpo, o
uso do nosso potencial hidráulico causa mais impacto ambiental e está
mais suscetível a crises, já que depende da quantidade de chuvas, que
sofre mais variações, que o nível dos ventos.
O Rio
Grande do Norte entra nesse cenário com alguns privilégios naturais.
Localizado, como se diz popularmente, na “esquina do continente” o
estado recebe em boa parte do seu território ventos regulares. Segundo o
coordenador da Câmara Setorial de Gás, da Agência Reguladora de
Serviços Públicos (Arsep), Ezequiel Rebouças, é importante que esses
ventos não possuam variações bruscas em frequência e velocidade. “Como
as condições climáticas no Rio Grande do Norte oferecem essa
regularidade, temos um ambiente naturalmente vocacionado a esse tipo de
atividade”, explica.
Além disso, o estado vem trabalhando nos últimos sete anos e se
tornado um destaque nacional. Entre 2009 e 2014 o Rio Grande do Norte
conquistou o primeiro lugar nacional em novos leilões federais
envolvendo fontes renováveis de energia. Nos últimos cinco anos, passou
da condição de importador do recurso para provedor regional. A
autossuficiência no setor representa investimentos e uma situação de
tranquilidade energética, que facilita a atração de outras cadeias
produtivas.
Até 2017, estima-se que a as atividades no setor eólico sejam
responsáveis pela geração de 30 mil empregos diretos ou indiretos.
Apesar de ser uma atividade, com uma mão de obra bastante restrita na
operacionalização dos parques, durante a construção dos equipamentos o
número de pessoas envolvidas é bastante superior e prioritariamente
local. Atualmente o estado já conta com capacitação mais técnica, como
um curso de
graduação em energias renováveis no campus do Instituto Federal de
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) no polo de João
Câmara, e cursos de pós-graduação na Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN), no polo de Natal.
A
nível nacional também vivemos um bom momento, hoje o Brasil ocupa o 11º
lugar no ranking dos países com maior capacidade de geração eólica em
todo o mundo, apesar do setor ainda sofrer a morosidade da implantação das linhas de transmissão,
avanços tem acontecido. No ano passado, houve um aumento de 126,7% na
capacidade instalada das usinas eólicas em operação no país. As usinas
eólicas após contratadas devem entrar em operação no prazo de três anos,
caso arrematadas em leilões A-3, ou em cinco anos, se arrematadas em
leilões A-5, contando a partir da assinatura do contrato. Com uma série
de exigências a serem compridas, principalmente ambientais, muitos
projetos de escoamento da produção eólica, não conseguem ser finalizados
no mesmo período que os parques eólicos, o que representa prejuízos
para o consumidor de energia elétrica.
Em reunião com o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, o
governador do Rio Grande do Norte, Robson Faria discutiu a desoneração
dos impostos estaduais e federais para a produção de energia eólica e a
ampliação das linhas de transmissão. De acordo com governador, a
conversa foi muito produtiva. “O ministro deixou claro que o Governo
federal está corrigindo os rumos do planejamento para escoar a produção,
porque entende que o estado tem jazidas com constância e intensidade
dos ventos, o que deixa o RN entre as melhores fontes eólicas do Brasil.
Eles enxergam o nosso potencial e sabem que nós temos a maior
capacidade instalada”, comentou. A expectativa é que esse ano, seja
possível minimizar o problema e que o ano de 2016, como o de 2015 comece
para o setor de energia eólica do Rio Grande do Norte em ritmo de
comemoração.
RN POSSUI A MAIOR MATRIZ EÓLICA DO PAÍS
Reviewed by Erivan Justino
on
sexta-feira, fevereiro 27, 2015
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