CADÁVERES FORAM USADOS COMO BARREIRA EM PROTESTO NO MOSQUITO

Moradores da comunidade do Mosquito, na Zona Oeste de Natal, usaram dois cadáveres para protestar em uma das vias mais movimentadas da capital. Os mortos foram postos no meio da avenida Felizardo Moura em horário de trânsito intenso na noite de ontem, 31.

Os corpos foram encontrados pelos moradores por volta das 16 horas. Impacientes com a demora da Polícia Técnica, que faz a remoção até o Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), os residentes pegaram os cadáveres, por volta das 20h, e colocaram os mortos na avenida, usando-os como barreira.

Os veículos que trafegavam no local tiveram que reduzir a velocidade, pois os corpos estavam no meio da rua. O congestionamento não demorou a se formar. Os cadáveres foram removidos pela Polícia Técnica às 21h.

Os mortos

Eram dois jovens. Ambos foram identificados. Eles eram José Ricardo Victor Hugo, de 17 anos, e Marcelo da Silva Pereira, 15.

Eles foram mortos a tiros. Alguns moradores dizem que os jovens duelaram com desafetos. Outros acreditam que morreram após troca de tiros com a Polícia Militar, que ontem fez operação no Mosquito e levou mais de 30 pessoas nas viaturas. A intervenção ocorreu em meio ao aniversário de uma facção criminosa.

A PM não confirma que os jovens morreram em troca de tiros com a corporação. Os jovens já haviam sido apreendidos por roubo.

Pânico

Nas redes sociais, boatos de que um tiroteio ocorria na Felizardo Moura causaram pânico. Isso aconteceu porque alguns que passaram pelo local pensaram que os jovens expostos na via haviam sido mortos ali.

O medo da população foi reforçado com a notícia de um arrastão no local, que realmente ocorreu. Mas foi horas antes. Um bandido armado com um facão entrou num ônibus da linha 77 em uma parada na Felizardo Moura e até descer no ponto seguinte, o último antes da Zona Norte, roubou pertences de quem estava no veículo. Ele saiu do coletivo e entrou no Mosquito.