DEOCLÉCIO MARQUES TORNA-SE PONTO CRÍTICO DA SAÚDE ESTADUAL

Com 54 pacientes nos corredores. Em 24 horas, ocorreram seis óbitos no hospital.

A terceira contagem do Corredômetro RN, levantamento feito pelos servidores do estado em greve, mostrou pouca variação na quantidade de pacientes em macas nos quatro maiores hospitais do estado: Walfredo Gurgel e Santa Catarina, em Natal; Deoclécio Marques, em Parnamirim; e o Tarcísio Maia, em Mossoró. Nesta segunda-feira (06) foram encontrados 134 pacientes em macas, contra 138 da semana anterior.

O total de pacientes no corredor, no entanto, aumentou. Agora são 80, diante de 66 identificados há uma semana, no dia 29 de junho. O hospital que registrou a maior concentração de pacientes em corredores foi o Deoclécio Marques, que saltou de 41 para 54, um aumento de 31,7%. A paciente há mais tempo é uma mulher de 41 anos, há 37 dias no corredor. Outro caso alarmante é o de um senhor de 86 anos, que completou um mês no corredor neste sábado (04).

WALFREDO GURGEL - O maior hospital do estado não possui pacientes em macas nesta semana, contra apenas quatro da semana anterior e oito na primeira contagem. No entanto, a quantidade de pacientes em macas em outros locais do hospital permanece alta. Agora são 44, sendo que pelo menos seis pacientes são casos graves, permanecem entubados, e deveriam estar em leitos de UTI. Quatro deles estão na sala de Observação II.

“Há uma relação direta entre o corredor vazio do Walfredo e o aumento de pacientes nos corredores de outros hospitais e em locais improvisados. Não há como resolver o problema sem criar mais leitos”, defende Rosália Fernandes, do Sindsaúde-RN.

A greve dos servidores da saúde do estado continua. O Sindsaúde realizou um ato público da greve na manhã desta segunda no Deoclécio Marques, exigindo melhorias no atendimento, a saída da diretora da unidade e o fim do assédio moral contra servidores. Nesta terça (07), os servidores da saúde do estado realizam um ato na Governadoria, a partir das 09h30, cobrando reajuste salarial. Parte dos servidores da saúde estão há quatro anos sem reajuste.