PROBLEMA DE DILMA E SEU GOVERNO PETISTA VAI ALÉM DA CORRUPÇÃO E PROTESTOS: FRAGMENTAÇÃO POLÍTICA PODE TIRÁ-LA DO PODER
Dilma tem razão ao
dizer, como fez esta semana, que manifestações são coisas da vida. Ainda
mais depois de junho de 2013, quando protestos passaram a fazer parte
do cotidiano brasileiro. Governante que teme pessoas expressando
sentimentos, ainda mais na era das redes sociais, está frito. Creio que o problema de Dilma não é o que vai acontecer ou deixar de
acontecer no próximo dia 15, mas sim a fragmentação política.
O PT é governo e sua base se opõe ao ajuste fiscal. O PMDB está
dentro da canoa e (no mais das vezes) rema contra. No Congresso são 28
partidos, muitos de tamanho médio e que olham, sobretudo, para seus
interesses particulares. Para estes não faria diferença se a presidente
fosse Dilma, Aécio ou Marina ou o pastor Everaldo.
Neste cenário, como governar?
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Não se trata apenas de chegar até 2018, mas de atender às
necessidades das pessoas que de tempos em tempos se mobilizam no Brasil
afora para votar, escolher governantes, demandando melhores serviços
públicos. Que pagam impostos. Para a população a briga entre
políticos não é grande novidade. Para a maioria dos brasileiros, a
política sempre foi algo mais ou menos distante, mais ou menos fechada,
mais ou menos corrupta, um mundo à parte.
O que as pessoas esperam da
política, porém, é que esta melhore suas vidas e os serviços públicos.
Aqueles pontos que sempre aparecem à exaustão nas campanhas eleitorais:
saúde, educação, transporte, emprego. O cidadão-eleitor-consumidor pode
olhar a polícia à distância, e até ter repulsa, mas dela espera
resultados. Neste ponto, Dilma perdeu terreno em 2015, particularmente entre os
mais pobres, aqueles que têm renda familiar de até dois salários mínimos
e formam 40% da população. Foi este eleitor, aliás, que lhe garantiu o
segundo mandato.
A última pesquisa Datafolha
mostrou que nesta faixa de renda o índice dos que acham o governo
ótimo/bom despencou de 50% em dezembro para 27% em fevereiro. No
Nordeste a mesma coisa: em dezembro de 2014, 53% achavam o governo
ótimo/bom, caindo para 29% em fevereiro. O Nordeste foi a região onde,
proporcionalmente, mais caiu a popularidade de Dilma. Diminuição do crédito para
consumo, reajustes de luz, ônibus, anúncio de restrições ao acesso a
direitos trabalhistas e previdenciários, paralisação de obras,
certamente ajudam a explicar a corrosão na imagem da presidente.
Mas questão não é mais eleitoral
nem de imagem da presidente, mas diz respeito à vida das pessoas. Caberá
a Dilma reverter este quadro melhorando a situação econômica e os
serviços públicos. Apesar da fragmentação ou até mesmo com ela.
PROBLEMA DE DILMA E SEU GOVERNO PETISTA VAI ALÉM DA CORRUPÇÃO E PROTESTOS: FRAGMENTAÇÃO POLÍTICA PODE TIRÁ-LA DO PODER
Reviewed by Erivan Justino
on
sábado, março 14, 2015
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