VIDA SIMPLES

Por Diego Rocha

“Que a saúde se difunda sobre a Terra”

           Um filósofo alemão do século XIX, chamado Arthur Schopenhauer, ensinou que “o maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem.” Há mais de dois séculos, essa frase ainda nos traz muita lição.

E mais antigo e profundo ainda é a frase do livro sagrado judaico, o Eclesiástico, que verbaliza a inspiração da Campanha da Fraternidade Católica 2012: “que a saúde se difunda sobre a Terra.” Oportunas palavras para alertar a triste realidade que resiste nesse nosso pobre Brasil, cuja saúde pública está abusivamente precária.

Infelizmente, nós cidadãos padecemos à míngua diante de filas enormes em hospitais públicos que, muitas vezes, padecem sem remédios, sem espaço para os doentes e, ainda mais grave, sem médicos... Incontáveis greves ocorrem anualmente na saúde pública brasileira, onde o médio diz ser: “vítima da má remuneração que ganha do governo.” Então, e o paciente, doutor? É simplesmente esquecido... Não pela moral de Hipócrates, não pelo amor do Mestre Jesus, mas esquecido pela consciência dos homens privilegiados pelas oportunidades, que passam a viver numa redoma tão doentia, no maior câncer da humanidade hoje: o egoísmo.

O egoísmo que cega os corações nas cabeças atormentadas pelo materialismo financeiro; um cruel capitalismo que sufoca a ética dos profissionais fracos.

Sendo raros os seres humanos fortes que resistem à doença da falta de consciência... Raríssimas são as almas divinamente cristãs, neste plano. Vejam homens gestores da máquina pública: oh quão deboche! Administram o dinheiro suado do tributo alheio para “bem subtrair” do posto de saúde pública, que, jamais um filhinho deles precisou entrar. Isso, porque se apóiam numa covarde rede de clínicas privadas que engordam o papo dos urubus que esperam a desgraça, para depois, comer a carne daquele que jaz entregue à doença. Enferma realidade, a nossa.