AGACIEL LIDERA APOIO A SUSPEITO DE ENVOLVIMENTO COM CACHOEIRA

Por TN

Pivô do escândalo dos atos secretos do Senado, o deputado distrital Agaciel Maia (PTC) encabeça um manifesto divulgado ontem por 19 parlamentares de 12 partidos aliados em defesa do governador Agnelo Queiroz (PT), acusado de ligações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Cauteloso, Agaciel Maia não colocou a adesão na sua página na Internet, como fizeram os demais e evitou a imprensa à saída da reunião com o governador. Agaciel é irmão do deputado federal João Maia (PR-RN).

Deputado Agaciel Maia evita publicar manifesto na internet

Segundo a nota, trata-se de uma "trama sórdida", à base de "denúncias fantasiosas", divulgadas por "grupos econômicos criminosos, beneficiários da situação anterior", contrariados com a ruptura imposta por Queiroz. Assinam o documento os cinco deputados do PT e membros dos demais partidos da base. Também assinaram os deputado Cláudio Abrantes e Luzia de Paula, do PPS, partido que no plano federal faz oposição ao PT e defende o impeachment do governador.

Os outros partidos signatários são PMDB, PSD, PTC, PP, PTB, PSC, PRB, PSB, PT do B e PDT. O número de partidos e parlamentares signatários é semelhante ao que se solidarizou ao ex-governador José Roberto Arruda, em 2009, pouco antes de ele ser preso e cassado, por envolvimento com o esquema de desvio de dinheiro público desmantelado pela Operação Caixa de Pandora. Queiroz elegeu-se numa campanha baseada em denúncias de corrupção contra o antecessor.

Por meio do porta-voz Ugo Braga, o governador negou as acusações Ele disse ser fantasiosa a revelação de integrantes do bando, captada nas escutas, de que teria pedido ou realizado encontro pessoal com Cachoeira no governo. Mas admitiu que, quando foi diretor da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2010, encontrou-se com o bicheiro "uma única vez" durante reunião com dirigentes de empresas farmacêuticas, em Anápolis (GO).

"Ele (Queiroz) garantiu aos apoiadores que fiquem tranquilos, pois não há a menor chance de provar qualquer ligação sua com essa organização", enfatizou. "São citações vagas, de terceiras pessoas e o próprio relatório de análise da PF tem elevado grau de incerteza com expressões como 'acho que' ou 'dá a entender', sem nada categórico".

A Delta nega envolvimento com irregularidades e informa que demitiu o diretor regional Cláudio Abreu, apontado nas investigações como um dos principais aliados do contraventor, acusado também de ter pago propina a assessores de Queiroz. Na nota de apoio ao governador, os apoiadores alegam que "práticas criminosas não têm vez no governo Agnelo". Por isso, acrescentam, "defendemos a CPI do Congresso Nacional para aprofundar as investigações desencadeadas com a Operação Monte Carlo".